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Lean Manufacturing: o que é e como é aplicá-la?

O que é Lean Manufacturing e como aplicá-la?

Quando o Japão enfrentava uma conjuntura delicada, após a Segunda Guerra Mundial, profissionais da Toyota passaram a buscar uma forma de revolucionar o processo de produção da empresa. Eles não só conseguiram encontrar uma saída, como a iniciativa criada se tornou referência e, hoje, é uma metodologia replicada por várias instituições empresariais.

A solução é a Lean Manufacturing, cujo objetivo é aumentar a qualidade da produção por meio da extinção ou redução de desperdícios. E, hoje, o post da Hitachi Global é dedicado à abordagem do tema a fim de esclarecer do que se trata, quais as suas premissas, como aplicá-la e as suas vantagens. Para conferir, basta prosseguir com a leitura!

O que significa Lean Manufacturing?

Lean Manufacturing ou manufatura enxuta, ao ser traduzida para o português, diz respeito a metodologia que visa tornar o processo de produção mais eficiente mediante a eliminação ou, no mínimo, a redução de desperdícios, ou seja, tudo aquilo que não agrega verdadeiramente à produtividade do negócio.

O seu surgimento se deu devido ao forte cenário de crise econômica enfrentado pelo Japão depois da Segunda Guerra Mundial. Assim, no sistema interior da Toyota, fabricante de automotores japonesa, urgia a necessidade de transformar a sua produção e Taiichi Ohno e Eiji Toyoda, engenheiros industriais, foram os responsáveis por desenvolver um sistema que contemplasse essa demanda.

Em 1948, a solução começou a ser desenvolvida, sendo denominada como Toyota Production System, ou seja, Sistema de Produção da Toyota. Em 1950, ela foi aplicada por lá. Hoje, ela é replicada em inúmeras empresas e se transformou em uma verdadeira filosofia de mudança da mentalidade organizacional das companhias comerciais pelo mundo.

E como o foco está na pouca quantidade de estoque e na qualidade da produção, o Lean Manufacturing indica 8 desperdícios que devem ser evitados. Você pode conferi-los a seguir.

Quais são as 8 fontes de desperdícios indicados pela Lean?

Os erros apontados pela manufatura enxuta que não geram valor ao processo são os seguintes:

  1. Transporte: quando ocorre deslocamento desnecessário de pessoas, materiais, percursos, etc.;
  2. Estoque: quando há maior reserva de produtos, insumos e menos saídas;
  3. Espera: quando existe uma inércia de funcionários e recursos que deveriam estar operando;
  4. Movimentos desnecessários: quando existe um tempo gasto com situações que não agregam, movimentando-as de maneira inoportuna;
  5. Produção excessiva: ao invés de focar na qualidade, há apego pela quantidade, gerando mais estoque;
  6. Processamento impróprio: quando não há respeito por uma organização. Com isso, produz mais do que é necessário;
  7. Defeitos e retrabalho: aqui, além de falhas no produto final, há também uma necessidade de refazê-lo;
  8. Intelectual: ocorre quando o conhecimento de determinado colaborador pode gerar valor à produção, porém, não vem sendo aplicado.

Assim, o que a Lean busca evitar são, justamente, esses fatores. Para tanto, ela age a partir de 5 premissas básicas, que serão exploradas no próximo tópico.

Leia também: Business Intelligence: O que é e quais seus benefícios.

Quais são os 5 pilares da Lean Manufacturing?

Na aplicação da manufatura enxuta, existem alguns fundamentos que precisam ser coadunados para garantir a maximização da qualidade e a minimização de erros. E esses sustentáculos são:

1. Valor

Consiste naquilo que o cliente entende como relevante e essencial, seja em relação à função do produto, da imagem da marca ou do toque no design. E aqui é importante fazer um destaque no sentido de que, diferente do preço que é o custo, o valor envolve o ganho do consumidor ao adquirir.

2. Fluxo de valor

Consequentemente, surge o fluxo de valor como a soma que deve ser feita sobre as etapas do processo de produção do produto até a chegada nas mãos do cliente. Com isso, é possível mapear o que tem sido válido ou não.

3. Fluxo contínuo

Aqui, a lógica é a de manter o respeito a uma organização de fases. Ao seguir o procedimento adequadamente ordenado, falhas, paradas e desperdícios são evitados.

4. Produção Puxada

A lógica é que, apenas serão produzidos novos produtos quando houver demanda para tanto. Nesse sentido, diferente da produção empurrada (na qual há a tentativa de empurrar os produtos para o consumidor), aqui, só há produção a partir da sua procura.

5. Perfeição

Foca na exclusão de erros e na atenção que deve ser dada às fases de produção. Com isso, será possível entregar um produto de extrema qualidade ao cliente.

Nessa senda, vale a pena trazer a fala de dois dos principais especialistas no tema, James Womack e Daniel Jones (2004), que resume muito bem os conceitos trazidos, no seguinte sentido:

Felizmente, existe um poderoso antídoto ao desperdício: o pensamento enxuto. O pensamento enxuto é uma forma de especificar valor, alinhar na melhor sequência as ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as solicita e realizá-las de forma cada vez mais eficaz. Em suma, o pensamento enxuto é enxuto porque é uma forma de fazer cada vez mais com cada vez menos — menos esforço humano, menos equipamento, menos tempo e menos espaço — e, ao mesmo tempo, aproximar-se cada vez mais de oferecer aos clientes exatamente o que eles desejam.

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Quais os benefícios da manufatura enxuta para as indústrias?

Compreendido o conceito de Lean Manufacturing e visualizadas as suas particularidades, convém compreender quais são as suas principais vantagens. Nesse sentido, a manufatura enxuta propicia:

Para além dos proveitos, também é importante destacar que obter esses resultados, fazem-se necessários a alteração no processo de implementação, uma carga de trabalho maior, a contratação de mão de obra qualificada, o planejamento e treinamento diversos e o aumento da zona de custos gerenciais.

Como as empresas buscam aplicar o Lean Manufacturing?

Colocar a manufatura enxuta em prática requer uma série de ferramentas e técnicas. A primeira etapa é, sem dúvidas, identificar o que é valor e traçar um plano de maneira mais bem definida possível. A partir daí, é importante mapear o fluxo de valor e analisar cada fase da execução do projeto. Percebe-se que padronizar estágios é essencial.

Abaixo, você pode encontrar algumas ferramentas disponíveis para ajudar na concretização desses objetivos, são:

Bem, agora que você sabe o que é a Lean Manufacturing e entende como essa filosofia pode auxiliar o desenvolvimento da sua empresa, é hora de colocar os ensinamentos repassados em prática! Continue acompanhando o blog da Hitachi Global e até o próximo post!

Referências:

WOMACK, James P.; JONES, Daniel T. A mentalidade enxuta nas empresas: elimine o desperdício e crie riqueza. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.